Em um país onde o futebol reina como o esporte predileto da maioria da população, o MMA (Artes Marciais Mistas, em português), esporte que mais cresceu no mundo nos últimos anos, se apresenta como o novo ‘xodó’ do público brasileiro. Percebendo esse potencial, surgiu a Brazil MMA, empresa baiana que promete revolucionar o cenário do esporte no país.
“A Brazil MMA nasceu com um pensamento de fazer algo nos mesmos moldes do mercado internacional. Começamos como um site de notícias e assim que a empresa evoluiu, viemos com a parte de eventos. Crescemos de uma forma que em menos de seis meses, trouxemos grandes marcas para se juntar a gente. Todas apostando no MMA baiano, no MMA regional”, diz Carlos Américo, diretor da Brazil MMA.
Inspirada em grandes eventos, como os do UFC (Ultimate Fighting Championship), a Brazil MMA realiza em Salvador, neste sábado, 17, às 17h, na Associação Atlética da Bahia, seu primeiro evento próprio, o ‘Brazil MMA Fight’. A promessa é de um grande acontecimento, com iluminação aérea, transmissão ao vivo pela internet, telão de 18m², praça de alimentação e atletas regionais e nacionais por um valor acessível. Os ingressos podem ser adquiridos no site da empresa ou na sede da associação. “Salvador é uma cidade que respira entretenimento, e esse é o evento que falta para a Bahia, um evento de MMA, que seja grande. Isso que a gente quer trazer”, afirmou Carlos.
Engana-se quem pensa que o evento será algo pontual. A ideia da empresa é ir mais à frente. “A Brazil MMA é uma empresa que vem pra marcar Salvador. Não queremos fazer um evento hoje e outro no ano que vem. Nosso intuito é criar um calendário de eventos já a partir de 2020. Esse é nosso pensamento”. Além das competições na Bahia, a Brazil MMA busca atingir grandes capitais do Brasil. Segundo o diretor, a intenção é não “ficar regionalizado”.
A Bahia tem um histórico de grandes lutadores de MMA, como Minotauro, Junior Cigano, Amanda Nunes, Virna Jandiroba, entre outros. Segundo o diretor da Brazil MMA, Martinho Jambeiro, a empresa também busca auxiliar na formação de novos atletas da região. “Temos que formar novas ‘Virnas’, novos ‘Ciganos’, isso que queremos. Os eventos regionais e que podem se tornar nacionais servem para isso, para revelar novos talentos.”, comentou.
Maior organização de MMA do mundo, o UFC é o sonho de consumo dos lutadores novatos que utilizam outras competições para reforçar o seu cartel e conseguir melhores contratos. “Estamos querendo construir uma escada para esses atletas que querem chegar ao UFC. Antes do UFC, tem que passar por outros campeonatos. Fazer com que o atleta consiga alcançar seus sonhos é nosso principal propósito”, explicou Martinho.
Madrinha
Escolhida como madrinha do Brazil Fight, a lutadora baiana de UFC, Virna Janndiroba comentou o trabalho realizado pela Brazil MMA. “Acho muito importante o que eles têm feito, trazer os eventos, a maneira como tratam os atletas e tem pensado o MMA. É algo muito novo e muito humano. Foram eventos como esse que me formaram como atleta, então é algo importantíssimo ter esse acesso”, disse a lutadora.
Começo de tudo
Essa não será a primeira vez que as pessoas por trás da Brazil MMA realizam eventos do esporte em solo baiano. Inclusive, a empresa surgiu após a percepção de algumas lacunas no mercado. “Há cinco anos atrás, realizava alguns eventos de parceiros relacionados ao MMA, mas tinha algo que incomodava. Há mais ou menos um ano e meio nasceu a ideia da Brazil MMA. Inicialmente era apenas um site de notícias, um portal de transmissão ao vivo, e não pensávamos em fazer eventos”, disse Carlos.
Já com a marca própria, a empresa produziu junto com uma parceiro um evento para cerca de 25 mil pessoas em um shopping de Salvador. Segundo os diretores, aquele foi o momento de virada para a Brazil MMA. “Entramos em contato com uma outra empresa do ramo aqui em Salvador e fizemos um evento em parceria dentro de um shopping aqui da capital. Colocamos 25 mil pessoas dentro do shopping, trouxemos atletas do Brasil inteiro e demonstramos a nossa marca. Ali, a gente percebeu que estávamos preparados para crescer”, afirmou Martinho.
Após a consolidação da marca e da primeira edição do Brazil Fight, a Brazil MMA irá apostar no público e nas lutas femininas. Para Carlos Américo, é necessário criar uma consciência que os eventos femininos precisam do mesmo apoio e visibilidade dos masculinos. “Temos que parar com esse machismo, tem que fazer evento só de mulher mesmo. Não é colocar um card ou dois. Isso é um desafio, e gostamos de desafios. Vamos fazer um evento só de lutadoras mulheres. A Brazil MMA é uma casa de sonhos”, concluiu Carlos.
Fonte: Jornal A Tarde/ Alex Torres e Daniel Genonadio